O reitor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Jadir Pela, iniciou a etapa de visitas da Reitoria Itinerante pela Rota Itaúnas-Cricaré, composta pelos campi Barra de São Francisco, Nova Venécia, São Mateus e Montanha. Ele foi a cada campus acompanhado pelos cinco pró-reitores: Adriana Piontkovsky, pró-reitora de Ensino; André Romero, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação; Lezi Ferreira, de Administração e Orçamento; Luciano Toledo, de Desenvolvimento Institucional; e Renato Tannure, de Extensão; e pelo coordenador do projeto Reitoria Itinerante, Dennis Cazeli Ferreira.

“A finalidade do projeto da Reitoria Itinerante é promover uma gestão compartilhada, com foco resolutivo, buscando dar encaminhamento às demandas apresentadas pelos campi, sempre com franqueza e transparência nas ações”, explicou Jadir. Direcionada para ser um momento de diálogo e estabelecimento de compromissos, a primeira experiência do tipo no instituto foi recebida com grande expectativa nos quatro campi que percorreu.

O percurso

Partindo da capital a bordo de um micro-ônibus, a equipe da reitoria chegou na noite da segunda-feira, 19 de março, ao Campus Barra de São Francisco. Situado a uma distância de aproximadamente 260 quilômetros de Vitória (ES), o campus recebeu com entusiasmo a oportunidade de serem os primeiros a dialogar sobre questões importantes.

“Essa ideia da reitoria estar mais próxima do campus é uma expectativa de todo o instituto e a gente tem visto isso como uma coisa boa. É claro que não achamos que tudo vai ser atendido, mas só o fato de começar a vir aos campi do interior, já demonstra um novo olhar sobre a situação de distância e separação que vivemos hoje”, apontou a servidora Telma Silva Santos.

Também nos campi Nova Venécia e São Mateus, na terça-feira, dia 20, e Montanha, na quarta-feira, 21, as conversas com servidores e estudantes tiveram foco em firmar a parceria entre a comunidade do campus, incluindo a direção-geral. No encontro com cada um dos segmentos, cinco pontos de pauta estavam especificados para a realização dos encaminhamentos por parte do reitor e dos pró-reitores em conjunto com o segmento envolvido e gestão do campus. A intenção foi fazer uma proposição da melhor forma de conduzir, de forma clara e pautada pelo compromisso com a transparência e legalidade de cada processo.

Os cinco temas discutidos com cada segmento haviam sido previamente identificados como prioridade, a partir de uma série de demandas apresentadas e discutidas pelos campi na etapa anterior, de prospecção. Naquele momento, cada campus teve autonomia para definir a metodologia empregada. Já na fase de visita aos campi, as reuniões procuraram tratar com objetividade as prioridades elencadas e cadastradas no Sistema de Gestão Participativa (SGP).

O professor Thiago Rafalsky Maduro, do Campus São Mateus, relatou sobre o processo de escolha das pautas. “Aconteceu em conjunto com os diversos representantes, e é positivo por colaborar com o que buscamos para o campus, pois foram priorizadas as coisas que têm maior impacto nos projetos institucionais”, esclareceu. Esse mesmo propósito compartilhado foi descrito pela aluna Dayanne Luysa de Souza Silva, do Campus Barra de São Francisco. “Quando os representantes das turmas falaram os pontos trazidos, percebemos que tínhamos quase as mesmas ideias, o que foi muito bom na hora de definir os cinco tópicos”, narrou a estudante.

Convergência de ideias

Das pautas apresentadas pelos discentes dos diferentes campi, o pedido de aumento dos valores da assistência estudantil foi uma questão que se destacou, tendo, inclusive, constado com item de pauta dos servidores do Campus Montanha, como explicou a pedagoga Paula Mara dos Reis Ferraz. “Para nossa região, o aumento da assistência é determinante para que o Ifes proporcione a permanência dos estudantes que mais precisam. Não buscamos apenas bons resultados, também é importante a questão social, pois o Ifes aqui contribui para melhorar a realidade de muitos alunos”, afirmou.

O interesse pelo aumento das visitas técnicas foi outro tema de relevância nos encontros da Reitoria Itinerante. Esse tema foi uma das oportunidades de perceber que a busca por soluções passam pela complementariedade das ações entre as pró-reitorias. Se por um ângulo, a questão é vista como uma prioridade de alocação de recursos, do ponto de vista da pró-reitoria de Administração, por outros ele é parte do Ensino e da Extensão, pois envolve aspectos pedagógicos, na construção do conhecimento, e do relacionamento de um campus com a comunidade e com o setor produtivo de sua área de atuação.

Ao relatar sobre suas expectativas e percepções sobre o que foi pactuado nas reuniões, o aspecto mais citado foi o compromisso com a realidade, o chamado “pé no chão”, em especial sobre as necessidades de obras que demandam a captação de recursos financeiros e o longo prazo de execução, bem como outros itens que são regulamentadas por outras instâncias. “Foi uma conversa muito franca e realista, sem promessas impossíveis de serem cumpridas diante do cenário político-econômico atual”, ponderou o professor Jayme Bernardo Neto, coordenador da Licenciatura em Geografia do Campus Nova Venécia.